quinta-feira, 30 de junho de 2011

Nova Era e Novas Competências

Em que era estamos afinal de contas? Quando participamos de eventos ou cursos  e, mesmo nas nossas leituras encontramos diferentes definições sobre a era que estamos vivendo nesse momento.  Para alguns ainda estamos vivendo a Era da Informação, para outros estamos na Era do Conhecimento. Se houve falar em Era das Pessoas, Era da Mobilidade, Era da Competência, enfim são várias linhas e formas que estudiosos e ´pitacosos´ (aqueles que dão ´pitacos´ ) nos apresentam.

Uma coisa é certa, estamos em uma era diferente, com toda a certeza. Alguns a chama também de Era da Conectividade, ou Era da Competência e, ainda iremos falar na Era da Sabedoria.

Convém resgatarmos um pouco isso e olharmos para o que a história também nos mostra. A primeira grande mudança que aconteceu deu-se com o descobrimento de que o homem era capaz de produzir o seu próprio alimento. Esse período foi conhecido como a Era Agrícola caracterizado pelo fato do ser humano abandonar suas características nômades e passar a sobreviver da sua própria produção.

O segundo momento caracterizou-se pela revolução industrial, não pelo fato de que as indústrias em si se desenvolveram nessa época, mas o porque elas cresceram e se desenvolveram. O grande ícone desse período com certeza foi o trem a vapor, ´a Maria Fumaça´,  pois foi através desse novo meio de transporte que as comunidades deram iniciam as suas produções excedentes e os seus primeiros passos ao que conhecemos hoje como globalização. Com certeza essa palavrinha tão explorada dos dias de hoje ´globalização´, nasce nesse período.

Depois disso passamos ao que muitos conhecem por a Era da Informação.  Para muitos a era da informação caracteriza-se pelo surgimento de computadores e novas tecnologias. Contudo, da mesma forma que na Era Industrial, o que transformou e possibilitou avanços significativos nessa era também foi um meio de transporte, só que desta vez, um meio de transporte virtual, que levava nossas informações e passava a conectar sonhos, anseios e projetos de pessoas distantes. Esse novo meio é a Internet e, ela com certeza é a responsável por toda a evolução que segue esse período, conhecido como o período em que aconteceu a maior mudança em termos de tempo, de possibilidade de acesso e de produção de novos dados, que até então se tinha registro.

A quarta era é conhecida por Era do Conhecimento e propunha um avanço a mais em relação a era anterior. Os autores que a apresentam e a defendem, como por exemplo Alvin Tofler, tem no viés dos seus estudos a necessidade das pessoas utilizarem-se dessa massa de informações de forma a produzir novos conhecimentos e não apenas acumular informações sem sentido. A própria era propõe uma socialização ainda maior do que se sabe, pois defende que a diferença está na capacidade que cada pessoa tem para usar as informações e gerenciar o seu conhecimento. Em função disso alguns também apresentam esse período como a Era da Gestão de Competências.

Na evolução natural a área de tecnologia caminha hoje para a exploração massiva de recursos que possibilitam a mobilidade ao ser humano, por isso para alguns vivemos a era da mobilidade, da conectividade...

Isso parece até ilário... saímos de uma situação na qual eramos nômades, ou seja, totalmente móveis, pois o que precisávamos, naquela época, como seres humanos,  estava conosco, para avançarmos e nos deparamos com um desejo inexplicáveis de vivermos e convivermos com a mobilidade, com o poder estar indo para qualquer lugar e ter o meu escritório virtual junto comigo mesmo que ele esteja nas nuvens, ou seja, para onde vou, tenho o que preciso.

Enfim definir e afirmar com certeza as eras e períodos  é algo que requer um pouco mais de estudo e de análise contextual, identificando para onde queremos focar a escrita ou os relatos apresentados. O meu objetivo  era refletirmos sobre isso e nos darmos conta de que vivemos realmente em ciclos, mesmo não percebendo isso, muitas vezes nos encontramos dentre de processos  que nos parecem ou muito fácil ou extramente enrolados.

Eu particularmente acredito que estamos caminhando para a Era da Sabedoria, onde as pessoas irão se utilizar de informações, conhecimentos e conexões, buscando resgatar valores e respeitar emoções para incentivar o desenvolvimento da sabedoria, aqui concebida como a capacidade das pessoas mobilizarem seu valores, atitudes e emoções a fim de transformarem o conhecimento em um bem maior para si e para a humanidade. E, essa capacidade, com certeza, serão as competências que vamos querer ver em nossos filhos, nossos colaboradores e, muito provavelmente em nós mesmos. O desafio é grande... mas, hoje como dizem: a dinâmica é outra, pois se antigamente você era ultrapassado por não acompanhar as mudanças, hoje você é jogado para fora da estrada.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Produção de Conhecimento

No dia 08 de junho tive a oportunidade de assistir a uma palestra que nos possibilitou refletir sobre Pesquisa e Conhecimento, mas de uma forma muito simples e prática. A fala do professor Jorge Luiz da Cunha (UFSM)  apresentou a necessidade de produzirmos conhecimento para que possamos nos humanizar. O que significa essa produção do conhecimento? Como isso nos humaniza? Como contribuímos para que as demais pessoas possam chegar nisso? 
Sempre fui de acreditar que as coisas acontecem no momento certo e que, precisamos não apenas estudar ou teorizar, mas também agir e praticar. Juntando essas duas ideias: a fala dele veio num momento especial onde estou estudando exatamente sobre conhecimento, humanização, competências, pessoas e práticas. Aliás, uma coisa não existe sem a outra, ou melhor não gera resultado sem a outra (teoria-prática estudo-ação).
A produção do conhecimento se estabelece a partir do momento que as pessoas são desafiadas a dar sentido para as informações e fazer com que isso lhe trague um novo significado. Penso, contudo que seja ainda mais importante a capacidade de mobilizar esse conhecimento e, a partir disso desencadear ações, projetos, enfim desenvolver competências com base em valores, emoções e atitudes que acreditamos fazer a diferença.
Hoje tivemos na SETREM, novamente uma maratona de mais de 9h de banca de avaliação dos projetos interdisciplinares do Curso Técnico em Informática.
É um trabalho cansativo e que precisa disposição dos professores para estar acompanhando os resultados de grupo a grupo e prestando as devidas orientações. Contudo, eu desconheço uma forma mais apropriada para trabalhar com os adolescentes o desenvolvimento de suas competências profissionais.
Considero uma benção ter a oportunidade de acompanhar as pessoas nessas fases de suas vidas. Por muitos momentos, me pego pensando o que faz com que esse processo funcione, pois os resultados, até o presente momento, mostram que existe um amadurecimento no perfil pessoal e profissional desses jovens e, que eles passam a querer mais para si e para os seus.
Imaginem um espaço de avaliação onde os próprios estudantes apontam a necessidade de mudarem suas atitudes, de adotarem posturas e práticas diferentes para obterem resultados melhores. Muitos deles, conseguem olhar para frente e definir onde querem chegar. Ai está a beleza de acompanhá-los nesse período, poder ajudá-los a transitar e ir para algo melhor, aprenderem principalmente a sonhar e a acreditar que podem ir além, que não nasceram para ficar na situação cultural em que estão, que existe algo a mais, e que podem mais, se assim o quiserem. 
Sabemos que os objetivos e as cobranças lançadas sobre esses adolescentes são grandes. No entanto, muitos deles nos provam que são capazes e que talvez a possibilidade que eles tenham de produzir conhecimento e mobilizar esse conhecimento, trazendo algo de prático seja o grande diferencial e o que eles necessitam para iniciar a sua estrada profissional. Aqui novamente entra o casamento da fala do professor Jorge, que sustentava a necessidade da pesquisa ser aplicada e gerar um diferencial na vida das pessoas. A produção do saber humaniza e eu acredito piamente que oportunizar aos jovens a possibilidade de produzir conhecimento, produzir saberes, é a melhor forma de contribuir para a sua humanização e, com certeza, não há nada de tecnicista nisso.
Muitos desses estudantesvem para um curso profissionalizante esperando realizar provas e avaliações tradicionais, pois é a forma de trabalho pedagógico que conhecem. No entanto, até onde isso os conduz: aos caminhos que são conhecidos e a possibilidade de boas notas mediante estudo e memorização. Não há nada de errado nisso e, em muitos processos de produção de conhecimento ainda vamos precisar disso, por muitoooo tempo. O que muda na educação é o momento e o que esses jovens querem. O momento é especial: a saída da adolescência para o tumultuado ingresso no mundo do trabalho. O momento é especial: o me afirmar e reafirmar como ser humano e como pessoa e, por isso a forma de trabalho em termos pedagógicos num processo de formação profissional é tão importante.
É necessário nos aproximarmos do mundo do trabalho, aproximarmos esses jovens desse mundo e, para isso é preciso simular o mundo do trabalho, cobrando objetivos, prazos, envolvimento, trabalho em equipe, integração, responsabilidade, conquista das vitórias e, após o atingimento dos objetivos definidos, a busca por novos objetivos.
As empresas também produzem conhecimento, hoje em muitos setores a produção de conhecimento e o desenvolvimento de competências técnicas e humanas são o diferencial e o que leva as empresas a despontarem na liderança de processos, produtos e serviços. As insttuições estão indo em busca de processos de liderança que possibilitem a seus colaboradores avançar, evoluir, crescer.
Os cursos técnicos precisam caminhar na mesma direção, precisam orientar seus estudantes, mostrar o caminho e os conduzir ao amadurecimento pessoal e profissional, ou seja, ajudá-los a dar mais um passo no seu processo de humanização.
O resultado dos projetos a cada final de semestre, me deixa feliz e orgulhosa e faz também com que eu me desacomode. Em cada um desses momentos aprendo coisas novas e penso, a partir disso, em novos desafios e novos processos de aprendizagem, para novamente ter a oportunidade de aprender com pessoas mais novas e que eu nem conhecia.
Esses são ciclos e, avaliando a necessidade de produzirmos conhecimentos e de desenvolvermos capacidade, penso ser a possibilidade mais plausível para que possamos nos manter ativos nesse mundo. Criamos isso em termos tecnológico, incentivando as pessoas a socializarem as suas produções. Agora precisamos ter a consciência que precisamos transformar isso em diferenciais competitivos, aproveitando o que foi criado primeiramente no mundo virtual e que podemos aproveitar nas nossas equipes de trabalhos e nos nossos processos de formação profissional e pedagógica, ou seja, precisamos dividir a responsabilidade de produção de conhecimento e de aperfeiçoamento e criar ciclos para que as pessoas se envolvam fisicamente com isso e tenham prazer em ensinar e compartilhar com os outros os seus conhecimentos, não apenas produzir, mas também socializar.
Diz-se que as pessoas aprendem com muito mais facilidade e eficácia no momento em que são desafiadas a ensinar as outras pessoas. Aqui penso que esteja o pulo do gato dos projetos, pois os estudantes são desafiados a aprender, produzir algo com o que aprenderam, usando valores para isso (desenvolvimento das competências) e, ao mesmo tempo ensinar e repassar isso a outras pessoas e aos próprios professores. Existem um pensamento muito importante que diz “As pessoas ajudam a construir o mundo que elas ajudaram a pensar” Dale Carnegie.
Isso com certeza é mais uma prova de que o resultado dos projetos e o que se faz dentro do Curso Técnico em Informática da SETREM possibilita o envolvimento e o engajamento dos estudantes. Estamos longe ainda dos resultados que se podem obter, pois por mais bonito e desafiador que essa proposta seja, os principais gestores desses processos, (professores e estudantes) também lutam contra a forma como foram acostumados a ver a produção do conhecimento, ou seja, a linearidade. As barreiras disso estão sendo aos poucos vencidas, precisamos nos dar conta disso, de que funciona e de que criando ciclos de aprendizagem contínuos todos se beneficiam, a produção de conhecimento aumenta e as pessoas se tornam capazes de colocar esses conhecimentos em prática. Sobra mais tempo para os orientadores (sejam professores, ou mesmo líderes e empresários, pois o processo pode funcionar assim nas empresas) buscarem o resgate dos valores e das emoções, incentivando e direcionando que as pessoas nesse momento de mobilização dos conhecimentos. Com certeza, isso gera diferencial e conduz as pessoas à sabedoria. Quantos chegam lá. Esse é o desafio?? Quem está preparado para ajudar as pessoas nisso?? Esse é um desafio maior ainda ...

terça-feira, 28 de junho de 2011

Responsabilidade e disciplina

Nos últimos 30 dias estamos realizando na SETREM os processos de rematrícula dos cursos técnicos e também iniciaram as bancas de apresentação dos projetos. As experiências desse período e as trocas que tive com alguns estudantes me inspiraram a escrever esse post.
Que eu acredito muito nessa nova geração, já expressei e argumentei em outros posts, mas vale a pena salientar novamente: eles têm uma capacidade fantástica para aprendizado e para se concentrar nas coisas que gostam de fazer, paixão pelo novo, capacidade de trabalharem de forma simultanea em diferentes projetos ou ideias. Alguns dos trabalhos apresentados pelos estudantes ontem, mostraram novamente a capacidade de superação e inovação de vocês, meus caros jovens e adolescentes. As gerações mais novas, em especial, estão também sendo mais cobradas e submetidas a valores.
O que então, falta para que esses jovens desenvolvam o seu potencial máximo? Porque ainda precisamos ter momentos de cobranças? Penso que disciplina e responsabilidade sejam palavras importantes nesse processo. Não disciplina militar, mas disciplina no comprometimento com as minhas responsabilidades. Sendo uma pessoa disciplinada vou dar conta dos meus prazos, das minhas atividades, de produzir os resultados que tenho condições concretas de efetivar. Acontece que muitas vezes falta exatamente a cobrança das pessoas em relação a responsabilidade pessoal.
Recebi uma pessoa na minha sala ontem que me afirmou, arguiu, enfim.... A Geração Y quer ser tratada da mesma forma no mundo do trabalho com que são tratados em casa. Ai vem a minha pergunta (que seguidamente me faz pensar sobre):  Será que realmente precisamos ter condutas diferentes, na nossa casa, no nossa escola e no nosso trabalho? Será que somos pessoas diferentes nesses espaços? Nossos filhos serão pessoas com atitudes e visões diferentes nos ambientes que eles estiverem?
Atendo alguns adolescentes e seus pais e quando pergunto sobre atitudes que terão em situações semelhantes no trabalho ou em outros momentos do cumprimento de prazos, essas pessoas me respondem, - ahhh - mas ai é diferente. Talvez esse seja a maior dificuldade que nós mesmos estamos criando para as gerações novas. A disciplina, enquanto fundamento de eu me disciplinar e cumprir com o prometido, com o acordado, deve ser respeitada de forma semelhante desde os nossos primeiros passos para que possamos buscar a construção do nosso objetivo de vida e podermos identificar a nossa missão nesse mundo.
Coisas simples que me foram questionadas essa semana como: seguir uma data, ou um padrão de nomenclatura. Com certeza, coisas simples, mas que revela a forma como conduzimos muitas das nossas responsabilidades. E, quando digo nós me incluo nisso, pois todos, como bons brasileiros vamos em muitos casos empurrando as coisas que precisamos fazer, protelando o nosso disciplinar próprio. Eu mesma hoje, precisei me conscientizar de que fui indisciplinada com a professora do meu filho mais novo, ao não ter entregue, conforme solicitação a foto da avó dele para uma atividade especial. E aí..., serviu o puxão de orelha com certeza e mais que isso, estamos tentando mudar conceitos e práticas que foram se perpetuando ao longo da nossa vida, ou estamos perpetuando os mesmos.
Penso que devemos ser alertados quando nós não cumprimos conosco mesmos os acordos que nos levam para frente. A disciplina não é algo que deve ser vista como uma virtude para os outros olharem, mas sim como um pré-requisito para o nosso desenvolvimento pessoal. Mais ainda para essa nova geração que ao invés de viver para trabalhar e de separar o mundo do trabalho do restante das atividades, como antigamente se fazia, ou seja amigos do trabalho, amigos pessoais... produz um novo paradigma, trabalhar para viver e o trabalho como parte da vida, os amigos do trabalho também serão, em muitos casos os mesmos amigos pessoais.
Se isso muda muita coisa, com certeza. Pais de adolescentes, pais frescos e futuros papais pensem com carinho sobre a forma como despertamos a necessidade de cumprir acordos com os nossos filhos, como eles aprendem a olhar para a necessidade de se disciplinar... Com certeza a forma como eles reagirem em casa, será a forma como reagiram na escola e no trabalho...  Continuo acreditando nesses jovens, mais do que nunca, porém consciente de que precisamos ajuda-los a se dar conta de que o seu compromisso maior é com eles mesmos e que talvez a disciplina seja uma das nossas maiores virtudes, afinal, como dizem por ai: Nada cai do céu. Precisamos disciplina até mesmo quando queremos conquistar alguém.

terça-feira, 14 de junho de 2011

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – UMA NOVA OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO NOROESTE DO RS

 

Há 22 anos acompanho na região o desenvolvimento da área de TI.
Há 13 anos tenho a possibilidade de auxiliar no processo de capacitação de profissionais de TI e interagir com diferentes empresas que atuam na região, no estado e no país nessa área.
Estamos vivendo um momento no qual precisamos socializar  as possibilidades que essa área apresenta de desenvolvimento e crescimento futuro e levar as lideranças políticas e empresariais a olhar para esse novo cenário, buscando mobilizar de forma conjunta essas lideranças, os profissionais e a comunidade em si, a fim de que possamos aproveitar as oportunidades dessa área e também, despertar o interesse de empresas responsáveis pela infra-estrutura de telecomunicação a olharem para nossa região sob pena de perdermos excelentes oportunidades de desenvolvimento.  

O texto abaixo tem como objetivo levantar essas discussões e trazer a público o cenário atual de TI na região, embora de forma simples e genérica. Peço que as pessoas que tenham maiores informações e possam contribuir para que tenhamos um diagnóstico mais preciso fiquem a vontade para encaminhar ou circular o mesmo.


A internet revolucionou a forma do mundo fazer negócios e de nos comunicarmos. Diminui distâncias e contribui decisivamente para que a globalização se solidificasse. Esse cenário oportunizou o surgimento de novos negócios e atividades profissionais.
A área de TI,  como é conhecida (Tecnologia da Informação), cresceu de forma astronômica com o acesso a negócios virtuais.

A distância física deixou de ser um limitador para produtividade ou entrega de serviços e um novo segmento mercadológico se solidificou.
Hoje todos os setores e segmentos são dependentes das tecnologias e das suas soluções. Nenhuma empresa vive sem um sistema, seja ele de gestão ou de controles empresarias e, praticamente todas as pessoas fazem uso diário dos recursos de comunicação pela internet, sejam sites, e-mails, twitter, youtube, ou qualquer outro.

É  uma área onde as mudanças e os avanços acontecem a uma velocidade nunca antes vista. Exige, assim qualificação profissional constante, readequação dos processos das empresas e soluções customizadas que possam acompanhar os seus avanços.
Dentro da Tecnologia da Informação uma das áreas que mais cresce são os serviços e, esse novo modelo de negócio está apenas engatinhando.
Olhando para  a história passamos por épocas onde tínhamos os computadores de grande porte, conhecidos por alguns como mainframes ou mini-computadores e, que apenas grandes corporações tinham o privilégio de possuir. O avanço disso foi o surgimento dos PC Personal Computers, e a sua disseminação  junto a empresas e usuários domésticos, num período onde também se solidificaram as redes de computadores. Na sequencia vivemos a era dos notebooks e, hoje estamos iniciando a era do cloud computing, ou computação nas nuvens, chamada por outros de a era dos dispositivos inteligentes ou smart devices. O que muda no cerne desses processos é a forma como as informações e os recursos tecnológicos chegam até o usuário final.

No período dos mainframes as informações estavam centralizadas em um grande computador e terminais acessavam a este computador, no entanto eles não estavam interligados e não se conseguia acesso a eles se você não estivesse na estrutura de rede específica a qual o mesmo estava conectado. A era das redes (Pc´s) interligava os computadores pessoais e permitia o compartilhamento das informações entre eles, também se limitando ao acesso a essa rede específica, os notebooks ampliaram um pouco a mobilidade para que eu pudesse sair de uma rede e chegar em outra. Na evolução disso passamos por um modelo cliente/servidor, no qual se passou a ter um servidor (que mantém serviços) e vários clientes. Ainda nessa concepção dentro de uma rede específica ou restrita. O conceito de cloud computing (computação nas nuvens)  amplia consideravelmente todos as possibilidades anteriores. Com a existência de uma rede de redes (Internet) foi possível ampliar o conceito cliente servidor, sendo possível hoje eu acessar qualquer serviço ou recurso pela internet, independente de qual rede ele esteja e, sem nem mesmo eu saber onde essa informação ou serviço está rodando.
Nasce uma nova era tecnológica a era onde as pessoas irão consumir as soluções da internet como serviços através de dispositivos inteligentes que necessitarão apenas acessar a internet e buscar onde estiver o serviço ou recurso que precisarem usar.  Traçando uma analogia podemos comparar com a evolução na forma de disponibilização de um outro bem que consumimos hoje: á agua. Antigamente para obter água as pessoas precisavam saber onde era a sua fonte, e ir busca-lá, ou fazer um poço e se servir dela (cliente/servidor de uma rede específica), hoje apenas abrem a torneira e a água está ali, se paga pelo que consome e não se sabe de onde ela vem especificamente e que tratamentos ela recebe. A ideia é que os recursos tecnológicos evoluam para isso. Eu terei uma torneira (meu dispositivo (smart device (tablets, celulares, netbooks)) e acessarei a rede de água (servidores nas nuvens (grandes servidores de dados)), usando o que preciso, fechando a minha torneira e pagando por esse consumo. Esse novo momento tecnológico é conhecido pelos profissionais da área como SaaS (Software as a Service), ou Software como Serviço.

Como citado esse é um mercado que está engatinhando e que não tem volta. Ele trás consigo possibilidades nunca antes imaginadas em termos de negócios e de trocas e vai mudar radicalmente a forma como as pessoas usam os recursos de tecnologia da informação.
Essa realidade solidifica a possibilidade de grandes negócios e empresas novas se desenvolverem em regiões que não estão apenas nos grandes centros ou seja em pequenas cidades como as nossas. Pois a prestação de serviços para esse mundo pode ser realizada em qualquer lugar que tenha infra-estrutura tecnológica necessária.

Na região noroeste, nos últimos anos, novos empreendimentos na área de tecnologia e novas ações no sentido de qualificar profissionais estão aos poucos possibilitando o desenho de uma nova matriz produtiva, que, no entanto necessita de apoio do poder público e da população para solidificar o seu desenvolvimento.
Trabalhar na área de TI, especialmente em softwares e serviços,  apresenta inúmeras vantagens, dentre elas: o uso de tecnologia limpa, a possibilidade de entrega dos produtos e serviços em qualquer lugar do mundo sem a necessidade de deslocamento e, a possibilidade de captação de recursos de qualquer lugar do mundo para a região, uma vez que não se tem limitação física de venda ou entrega.

O munícipio de Três de Maio, em especial cresceu muito na oferta de serviços e qualificação profissional
- Grupo Abase: empresa que atua em diversos estados e atende ao segmento público (prefeituras) e privado com soluções customizadas, tendo mais de 20 anos de história e próximo de 100 colaboradores diretos.

- Migrate Company: Empresa que atua no segmento corporativo e de fábrica de softwares, tem no país mais de 5.000 clientes e em 7 anos já conta com mais de 60 colaboradores.
- Felten Informática: Atua no setor contábil

- Clickernet: Empresa incubada junto a SETREM com desenvolvimento de sites dinâmicos
- Inofly: Empresa nova, com menos de 1 ano de atividade e que nasceu com o objetivo de focar suas atividades para o mundo da Internet e da Mobilidade.

- WNL e Lua Net: atua no segmente de internet
Dentre outras pequenas empresas que estão iniciando as suas atividades.

Em termos de qualificação para essa área, a SETREM mantém semestralmente mais de 500 estudantes nos cursos focados a Tecnologia de Informação (Técnico em Informática, Tecnologia em Redes de Computadores e Bacharelado em Sistemas de Informação). Além de manter o Programa de Inclusão Digital, que anualmente insere mais de mil pessoas na área de informática. O Curso Técnico em Informática tem uma metodologia de trabalho diferenciada, orientado a projetos, que desenvolve soluções de forma semelhante a realidade das empresas e que já possibilitou, em função disso o reconhecimento em Feiras Internacionais e o Prêmio Inovação em Educação promovido pelo SINEPE no ano de 2010.
A divulgação desses dados e desse novo cenário mercadológico é importante para que possamos buscar apoio do poder público municipal, regional e estadual no sentido de incentivar as empresas que já existem a ampliarem a sua área de atuação e a permanecerem aqui, na nossa terra, nas nossas raízes, bem como incentivar o surgimento de novas empresas.

Muitos pólos de tecnologias de outros países nasceram assim, em pequenas cidades, comunidades. Se ampliaram e fizeram as regiões se destacaram em função do apoio e do incentivo recebido.
As empresas não só de Três de Maio, mas também da região (Ricohpel, Tecnicom, San Internet, Infraset, Compunew, Hipernet, dentre outras) estão atendendo a clientes de todo o país e em alguns casos grandes clientes. Entretanto não visualizam propostas de investimento local para seu desenvolvimento e crescimento.

O deslocamento dessas empresas para outras cidades ou polos, já terá um efeito significativo na região, pois a totalidade dos profissionais envolvidos é expressiva e representa valores financeiros significativos, uma vez que a remuneração desses profissionais foge um pouco da média salarial da região, em função da necessidade de qualificação desses profissionais. Em efeito cascata muitos estudantes não terão posteriormente onde trabalhar e com certeza também se deslocarão da região.
Por outro lado, um olhar mais criterioso para essa área, possibilitará o desenvolvimento da mesma, o crescimento de um setor que não tem geração de resíduos, que possibilita uma boa remuneração aos seus profissionais e que, pode inclusive contribuir para melhorarmos a qualidade dos processos educativos na região. Além disso, outras empresas de regiões como Novo Hamburgo estão de olho nessa região em função da capacidade de formação técnica que a SETREM oferece. O que ainda inviabiliza é a inexistência de políticas específicas para o setor de TI e a precária infra-estrutura de internet disponibilizada pelas operadoras que atendem a região.

A estrada que possibilita a entrega dos softwares ou serviços dessas empresas é a internet e, a sua infra-estrutura regional além de ser precária é muito cara. O valor do link de acesso dedicado na região é impraticável e, a região não recebe investimento por parte das operadores a um bom tempo, a última ação realizada foi realizada ainda antes da virada do século. Além disso, empresas e usuários que precisam de um sinal de ADSL não o conseguem, ao passo de se ter em Três de Maio situações hilariantes como empresas iniciantes com foco em internet que não conseguiram junto as operadores um acesso de ADSL para iniciar os contatos com seus clientes e, enfim as suas atividades.
Esse texto tem como objetivo iniciar uma discussão sobre esse assunto e levar o mesmo ao conhecimento de mais pessoas. Temos empresas daqui atuando em nível nacional e obtendo reconhecimento pelo seu trabalho. Temos profissionais qualificados na região que estão fazendo a diferença em qualquer local onde buscam a seu espaço profissional. Temos necessidade latente de novos serviços tecnológicos. Temos espaço para crescimento.  O que falta?  infra-estrutura e apoio. O que podemos perder se  não olharmos para isso? Empresas, profissionais e oportunidades de desenvolvimento regional? O que podemos ganhar se conseguirmos solidificar essa área e trazer para a região novas oportunidades? Um novo cenário econômico, desenvolvimento e crescimento econômico, cultural e tecnológico.

Portanto, a área de TI pode  trazer muitas outras possibilidades além das aqui citadas e o olhar para esse segmento pode representar em médio prazo um diferencial interessante para a região. O que queremos estar fazendo e como queremos ser vistos daqui a 50 anos. O que nos falta para isso?? Como nos sentiríamos como região se pudéssemos constituir por aqui um Centro de Tecnologia, donde novas ideias, produtos e serviços pudessem sair??.
Muitas tecnologias que estarão disponíveis ainda não foram inventadas ou pensadas, outras ainda são novidades para muitos de nós, sejamos usuários ou profissionais da área de TI, como por exemplo: QRcode, Realidade Aumentada, Holografia, dentre outros.

O que a região conseguiu mostrar é que tem pessoas e instituições capazes de acompanhar esse processo e de fazer a diferença em termos de país, mesmo estando em uma cidade pequenina.
O que precisamos é, como já dito maior investimento e mobilização regional, para continuarmos evoluindo e contribuindo para que a região se desenvolva através de uma área que não gera resíduos, possibilita qualidade de vida e ambientes de trabalho diferenciados aos profissionais e incentiva a criatividade das pessoas.  É ou não é de se pensar e se discutir esse tema???

Com certeza, o olhar para essa área com mais carinho, o mobilizar as partes envolvidas, o poder público, as empresas e os profissionais, visualizando as possibilidades concretas de desenvolvimento da região pode contribuir para que a médio prazo tenhamos aqui ideia inovadores que possam se transformar em novos serviços tecnológicos e mudar o perfil econômico da região.