segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Rastro Digital: Você Sabe o que é isso?

Alguns dos internautas, em especial os que tem a idade próxima da minha :-), devem lembrar de que na nossa época de adolescentes ao voltarmos de uma festa, viagem, passeio ou um local no qual estávamos... era comum a expressão:  ´... esqueci uma coisa´  ... o rastro...

Pois é, a brincadeira evolui e se tornou coisa séria. O que mudou é que as pessoas não olham para isso nem como brincadeira, nem como algo real, ou seja, não se dão conta que estão deixando um rastro efetivo e real, mas no mundo virtual.

O rastro digital se concretiza pela nossa marca, em especial no mundo web. Tudo o que fizemos na rede deixa registros permanentes. Penso ser possível dizer que mais da metade da população mundial tem rastros digitais que jamais serão apagados. Loucura!?... Então vejamos: Quem de nós ainda não postou fotos ou informações de avós, tios ou outras pessoas de terceira idade que não acessam a web e talvez jamais acessarão, mas que contudo tem também o seu rastro digital. As fotos na maioria das vezes são marcadas com os nomes das pessoas. Quantas famílias assim que o bebê nasce postam nos seus blogs e nas redes sociais as fotos, compartilham e comentam. Aliás muitos bebes são mais novos que o seu próprio rastro digital, pois este nasce antes mesmo deles virem ao mundo, com fotos das barrigas das mamães das ecografias em 3D que dependendo da qualidade do aparelho permitem praticamente visualizar os rostinhos dos bebês.

Muitos podem pensar: Resolvido: não quero mais minha presença na web eu simplesmente apago o que está postado. Contudo isso não é tão simples assim, pelo menos não no que tange a apagar esse rastro digital.
Primeiramente, porque tudo o que postamos na internet pode ser rapidamente replicado em outros sites, serviços, mídias e locais que nem temos consciência de onde estão. Isso gera um índice de capilaridade geométrica de todas as informações, imagens e vídeos disponíveis, o que aliás esta trazendo para a sociedade um novo conceito: o BIG DATA (este é assunto para outra edição).  Brewster Kahle, em 1996 fundou uma a Archive Internet, uma fundação destinada a manter a historicidade da Internet de forma legalizada, onde se mantem cópias de portais de todo o mundo em momentos diferentes da história digital e da qual ninguém altera nada, apenas consulta as informações ali encontradas (historicidade da Internet Mundial).

Segundo, porque não é apenas o que postamos que forma o nosso rastro digital, mas sim tudo o que acessamos, pesquisamos, clicamos, compramos, apagamos... enfim, tudo o que fazemos.  Nas redes sociais, primeiramente nos ´logamos´ (fornecemos nossa senha e nosso login), para então navegarmos através dos nossos relacionamentos. Com isso, toda essa navegabilidade é possível de ser medida, estratificada e usada, seja em benefícios dos nossos desejos ocultos, através de anúncios que aparecem de forma personalizada para cada pessoa, seja em benefício de empresas e instituições que se utilizam dessas informações para nos entender como consumidores, para nos monitorar e nos direcionar a ações de consumo ou mesmo a adesão de ideias específicas.

Os próprios buscadores como o Google conseguem hoje direcionar resultados de pesquisas diferente de acordo com o perfil da pessoa que está pesquisando e utilizando os seus softwares e, isso, não é nenhuma mágica, apenas códigos de programação aliados ao rastro digital de cada internauta.
Mesmo outros portais de informação ou de e-commerce trabalham com o uso de cookies, que são códigos de softwares instalados nos nossos computadores e que permitem ao portal reconhecer que estamos logados, o que já acessamos, quais as nossas preferências.

E aí, diante disso, devemos parar de usar esses recursos??? Penso que o radicalismo em nenhuma circunstância é positivo. O que precisamos, nesse caso é ter consciência de que deixamos marcas precisas e preciosas a cada clique que damos na internet e que isso pode ser usado tanto para nos ajudar quanto para nos atrapalhar.

A questão não é a tecnologia, mas o uso que o homem faz dela. Portanto da mesma forma que alguém mal intencionado pode ficar espionando a sua vida real por meses e entendendo os seus hábitos de movimentação física em frente a sua casa, existem pessoas que, com certeza, se utilizaram dos recursos digitais para também atualizar os seus métodos.

Além disso, é preciso entender que não dissociamos nossa vida pessoal da nossa vida digital, aliás elas estão cada vez mais casadas. Hoje os próprios processos de recrutamento e seleção empresas dos mais diferentes portes analisam o nosso rastro digital e tiram dessa análise importantes informações sobre o nosso SER, em essência. As gerações mais novas se mostram com mais naturalidade ainda no mundo digital. Porém, parecem não ter clareza de que isso é algo que fica registrado, ou que na melhor das hipóteses deixará rastros digitais efetivos na sua história digital.

Empresas avaliam rastros digitais dos candidatos nas redes sociais

A questão não está em usarmos ou não usarmos, ou na leitura que se faz de como cada um utiliza os recursos digitais, o que posta, o que pesquisa ou como faz. O fato é que precisamos ter consciência de que somos responsáveis sim pelo rastro digital que estamos construindo do nosso ser e, que infelizmente muitas coisas não serão possíveis de serem modificadas.

É preciso esclarecer que existem formas de trocas de informações seguras na internet e que garantem a confidencialidade das informações, como por exemplo, portais de bancos, comércio eletrônico, dentre outros. Nesse caso se trabalha com criptografia, ou seja, utiliza-se uma codificação diferente, com códigos de segurança específicos e palavras transformadas em códigos indecifráveis para terceiros (criptografadas). Uma das formas de saber se o site o usa a criptografia e atentar para o endereço do mesmo que normalmente é direcionado para https://...  Nesse caso o nosso rastro digital fica restrito a instituição com a qual estamos realizando as operações em questão.

Contudo, é preciso ter clareza que o mundo livre ao qual temos acesso na enorme gama de serviços e possibilidades da internet nos cobra numa moeda diferente: as nossas informações e os nossos hábitos. É também com isso que a internet cresce e se fortalece e, também por isso que nós somos beneficiados. Porém precisamos ter essa clareza: a cada clique dado aumentamos o nosso rastro digital na web.


Para quem tiver maior interesse recomendo que iniciem pela leitura das políticas de privacidade das Redes Sociais que utilizam e também do Sr. Google. 

quarta-feira, 18 de abril de 2012

MICROTÉDIO: O que isso tem a ver com Mobilidade


Existem alguns contrastes interessantes a serem considerados na rotina que hoje se consolida em cima da pressa, da falta de tempo, da urgência e do excesso. Aliás excesso de tudo: de trabalho, de cansaço, de paciência, de oportunidades, de informação, de marcas, de produtos, de estímulo. O mundo está nos conduzindo para a necessidade de estarmos ocupados em todos os momentos e, quando precisamos parar para esperar algo nos sentimos entediados.

Assim nasceu o conceito de Microtédio, aquele tempo que precisamos esperar no  momento de uma consulta, o tempo de deslocamento entre viagens, os congestionamentos, a espera em aeroportos, a espera por alguém que se atrasou alguns minutos, a espera por apresentações ou eventos, enfim os muitos pequenos momentos de espera que nos agonizam.

Infelizmente não temos como fugir dessas situações. O que fazer então?  Aquelas pessoas que tem um celular com acesso a internet, ou tenham consigo um tablet, com certeza acessam a Web, conectando-se as redes sociais, as redes virais (em especial o youtube) ou passam  o olho em sites que sejam do seu interesse ou lhes ajude a desestressar nesses muitos pequenos momentos.

A jornalista americana Carolyn Johnson, uma das primeiras pessoas a escrever sobre o termo, levantou em sua coluna no Boston Globe, se é realmente necessário ocupar esse tempo, já que “o momento em que não fazemos nem pensamos em nada é enriquecedor para a criatividade”. Mas o mercado está atento e tem gente ganhando dinheiro com esse novo nicho, pois não sabemos aproveitar o tempo livre, ou melhor, ficar sem fazer nada, esperar.

Assim surge uma relação importante entre o microtédio e a Mobilidade, pois com os recursos que a computação nas nuvens disponibiliza as empresas podem mudar a forma como interagem com os diferentes atores e, aproveitar esse espaço para conquista-los. Pode-se oferecer acesso a informações dos próprios ERP´s das empresas para os ´workaholics´ e lhes possibilitar que continuem o seu trabalho. Pode-se oferecer diversão através de interação onde os próprios usuários escolhem como serão conduzidas as ações de vídeos ou games específicos que sejam disponibilizados na net. Pode-se levar conhecimento, informações customizadas e personalizadas, como o case da Nívea: a empresa criou um aplicativo que, a partir da localização do usuário, informa a condição climática e o nível de proteção de filtro solar necessária de acordo com o tipo da pele indicada.

O que é certo é que a mobilidade estará cada vez mais presente na vida de todos os seres humanos e as empresas que se prepararem para essa nova realidade, portando seus serviços para o mundo móvel, desenvolvendo soluções de interação que cativem os internautas e que prendam a sua atenção nos momentos de microtédio, estarão um passo a frente, pois nesse momento as pessoas estão mais propensas a prestar atenção no que se passa na telinha do seu celular do que nos seus momentos de atividades profissionais ou de lazer.

Dados revelados no Infográfico da MBAonline.com mostram que hoje o número de aparelhos celulares comercializados por dia ultrapassam o número de crianças que nascem ao redor do mundo. Só no Brasil a média de celulares ultrapassa 1 celular por pessoa, pois mais de 200 milhões de aparelhos/linhas estão em uso.

Esses dados mudam drasticamente a relação das pessoas com a internet, pois não se  tem mais a necessidade de ligar um computador, aguardar o seu carregamento, localiza browser e buscar o que se quer, basta um clique no celular e você está conectado. Se alguém ainda tinha dúvida do que é computação nas nuvens, eis a explicação mais simples: qualquer informação ou entretenimento a um clique do seu dedo.

As empresas precisam aprender a aliar a força da propaganda tradicional a estímulos interativos ou seja, envolver o consumidor de forma que ele use o celular  como um grande controle remoto, podendo escolher o final do comercial no cinema digital ou até utilizar recursos mais sofisticados como realidade aumentada para conhecer de forma inovadora os produtos e serviços da marca, aproveitando esses espaços inclusive para concretizar negócios ou pelo menos despertar o interesse das pessoas pelo seus produtos.

Ficam algumas perguntas: Como você lida como o seu microtédio? Como a sua empresa e o seu negócio podem se aproveitar desse espaço e tempo? Quer saber mais sobre isso?  Aproveite seus momentos de microtédios e busque informações na web ou pelos meus contatos.

sábado, 14 de abril de 2012

Procura-se Profissionais??


Que tal pensarmos sobre a mais importante das tecnologias: o ser humano.

Quando eu iniciei as minhas atividades na SETREM como professora do Curso Técnico em Informática e fui convidada a assumir a coordenação do curso vivíamos a seguinte realidade: nem todas as empresas aceitavam estagiárias e praticamente todos os estágios eram sem remuneração. Hoje faltam profissionais e, as empresas não só querem como disputam e remuneram adequadamente os estágios curriculares. Contudo estamos vivendo uma grande carência de profissionais, pois além das questões técnicas é preciso considerar que muitos profissionais qualificados acabam sendo afastados pelas suas atitudes pessoais, ou seja, além de não ter profissionais suficientes, alguns ainda perdem os seus postos devido as suas condutas pessoais.

Existem três formas das pessoas ingressarem no mundo do trabalho: A Operacional, a Profissional e a Gerencial. A operacional é a que mais se conhece e que vem de mais longa data, onde as pessoas são contratadas para realizar, na maioria das vezes atividades braçais, (operacionais), que não requerem maiores conhecimentos e são normalmente rotineiras. As atividades profissionais são as que demandam  formação e conhecimento técnico especializado e, as atividades gerencias são reservadas a lideres de processos e pessoas que, na grande maioria das vezes, são oriundos do meio profissional e ou operacional.

O que acontece é que vêm crescendo o número de postos de trabalhos voltados as carreiras profissionais e na mesma proporção diminuindo os operacionais. As pessoas vêm acompanhando esse desejo e querendo estar em trabalhos mais qualificados, contudo a contramão acontece no processo de qualificação, pois como o conhecimento técnico exige estudo, dedicação, força de vontade e superação muitas pessoas acabam se sujeitando a disputar vagas operacionais enquanto que as empresas têm vagas sobrando nas áreas técnicas. Além disso os conhecimentos técnicos são na sua grande maioria resultado do trabalho de equipe e as pessoas não são preparadas para essa realidade.

Uma das formas de se buscar uma profissionalização técnica é realizar um Curso Técnico. Os cursos técnicos trabalham com foco no desenvolvimento de competências, sendo o segmento educacional que mais se aproxima da realidade técnica das empresas. Na SETREM todos os cursos técnicos tem estágios como um quesito obrigatório pós curso. Com isso, muitas parcerias foram construídas ao longo dos anos com empresas de diversos segmentos. Hoje se vive uma situação preocupante: temos mais vagas para técnicos do que pessoas interessadas em se qualificar. Não conseguimos dar conta de colocar no mercado de trabalho o número de profissionais suficiente para atender a demanda das empresas parcerias. Com certeza essa realidade é vivenciada no Brasil todo e tende a se agravar.

As pessoas que agarram as oportunidades e entendem que o investimento de recursos, tempo e garra para se profissionalizar podem fazer a diferença no seu futuro estão se dando muito bem, crescendo profissionalmente e como pessoas e desenvolvendo os meios nos quais interagem.

Um fato importante a salientar é que muitas vezes se vende a ilusão de que cursinhos rápidos, sem processos avaliativos e pedagógicos podem qualificar e fazer milagre pelo futuro profissional das pessoas. Quem compra essa ilusão, se decepciona. É preciso entender que um processo educativo de qualificação técnica precisa de método específico, infraestrutura,  interação em empresas e professores que atuem nas áreas envolvidas. Além de tudo isso a SETREM tem uma proposta de trabalho diferenciada onde os estudantes são avaliados, ao longo de 12 ou 18 meses, pela sistemática de projetos de trabalho, o que traz a realidade das empresas para dentro dos cursos.  Portanto se você está pensando no seu futuro profissional ou de jovens que o cercam, considere essa ideia: Cursos Técnicos: aqui você sonha e nós desenvolvemos os alicerces para  o seu projeto de vida. 

“Nada pode vencer a atitude quando ela se alia a persistência”.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Antes que faça um ano!!

No final de 2011 estabeleci algumas metas para o ano novo, alías como sempre fizemos. Uma delas é colocar em prática o sonho que tenho de escrever. Venho tentando isso nos últimos dois anos. Porém, a rotina e a fluxo de trabalho faz com que nos afastamos, em muitos casos dos nossos sonhos. Por isso, antes que faça um ano do último post estou voltando a ele. Registro aqui que estou escrevendo, ainda não tornei público e vai demorar um pouquinho, mas vai sair. A questão agora é decisão: decisão entre se jogar de cabeça num sonho, ou continuar na rotina de trabalho gigante, que nos ocupa e nos faz sentir útil, porém nem sempre nos realiza, ou nos possibilita o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido. Sempre digo que gerenciar uma empresa é fácil, tendo recursos de sobra. Gerenciar uma área de TI é mais fácil ainda, basta ter recursos, e atender a todas as demandas e solicitações. A questão é gerenciar recursos escassos, com demandas crescentes em progressão geométrica... São desafios... Pelos próximos 30 dias vou definir o que fazer em relação a isso. O importante é que precisamos pelo menos parar e pensar sobre o que queremos e o que nos realiza. Estar com pessoas que queiram crescer e evoluir me realiza, escrever me realiza, aprender me realiza, compartilhar conhecimento me realiza. Sentir que as pessoas podem evoluir conosco me realiza. Viver de forma a poder contribuir com o meu melhor e ser melhor a cada dia, isso me realiza... E você??

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A importância de manter o cérebro ativo, segundo Peter Drucker e Maidi... rsrs

Hoje tive a oportunidade de assistir a um documentário da vida de Peter Drucker e entender um pouco mais sobre a forma com a qual ele encontrava inspiração para suas propostas sempre inovadoras para as épocas nas quais escrevia e, os caminhos que possibilitaram a ele tornar-se o pai da Administração. Na verdade o termo ´administração´ foi, digamos, cunhado por ele na década de 40 em função da forma como passou a assessorar grandes corporações nos seus processos organizacionais.
Numa entrevista que concedeu aos 92 anos de idade deixou claro que a curiosidade pelo aprender e a sede por estar buscando conhecimentos foi um dos fatores mais importantes no seu processo de criação. Ele ainda afirmava que na verdade não inventou nada novo, apenas passou a olhar pelas janelas do momento, buscando identificar o que as outras pessoas ainda não estavam olhando.
Na década de 70 ele já falava e apontada o que seria a Era do Conhecimento e, em seguida o que iria mudar em função disso. Muitas dessas previsões estamos vivendo hoje e, uma delas, é justamente a necessidade do aprendizado continuo, ou seja, do nascer ao morrer. Esse quadro foi desenhado por Peter Drucker há mais de 30 anos, justamente em consequência da capacidade da produção de conhecimento e, em consequência da velocidade com que as mudanças estariam acontecendo. Se olharmos para o presente constatamos que precisamos mesmo estar num ciclo continuo de aprendizagem e crescimento e, quanto mais buscamos aprender, mais o nosso cérebro está em condições de querer, assimilar e produzir.
Na realidade o cérebro é como qualquer outro músculo do nosso corpo, se exercitado com certeza estará em boa forma.  Portanto, esse novo momento faz com que os processos de aprendizagem sejam contínuos, os cérebros mais exercitados e com isso estejam em melhores condições de produção. Isso com certeza irá possibilitar ainda mais desenvolvimento e produção de novos saberes.  Como Drucker afirmava a prática é algo que nos conduz a melhora do nosso fazer e o buscar conhecimentos mantem a mente viva. Aos seus 90 anos ele continuava um havido leitor e ainda mantinha seus hábitos de escrita.
Um aspecto importante que perpassa na vida de Peter Drucker e é reforçado por pessoas que tiveram a oportunidade de conviver e trabalhar com ele é a forma como ele olhava para as pessoas dentro dos processos das empresas. Para Drucker as empresas precisam olhar para as pessoas não como custos, mas sim como recursos e, olhando as pessoas como recursos precisam possibilitar a ela todas as condições para que esses recursos (humanos) se desenvolvam, ou sejam, devem possibilitar as pessoas exercitarem a sua criatividade, o seu cérebro. Em suma, ao longo do tempo e dos seus diversos livros publicados, nas mais diferentes áreas sempre ficou claro o viés da valorização humana no processo administrativo.  
Com certeza vale a pena olhar para isso e nos darmos conta que essa preocupação não só continua atual, como encontra-se cada vez revestida de mais importância, em especial, tendo-se em vista a evolução rápida das gerações nas últimas décadas e, o atual momento conjuntural econômico, no qual estamos entrando num período onde presenciaremos a carência de profissionais qualificados para atender as oportunidades existentes e que ainda serão criadas.
O diferencial continuara sendo as pessoas, agora num olhar de que as empresas que souberem valorizar e possibilitar o desenvolvimento das pessoas é que estarão captando os melhores talentos. Se antes as empresas podiam escolher entre os profissionais quem iria trabalhar com eles, estamos próximos de viver o momento em que os bons profissionais poderão escolher onde irão trabalhar, aliás, em alguns casos isso já acontece e, com certeza nesses casos o cérebro desses profissionais está em forma...

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Nova Era e Novas Competências

Em que era estamos afinal de contas? Quando participamos de eventos ou cursos  e, mesmo nas nossas leituras encontramos diferentes definições sobre a era que estamos vivendo nesse momento.  Para alguns ainda estamos vivendo a Era da Informação, para outros estamos na Era do Conhecimento. Se houve falar em Era das Pessoas, Era da Mobilidade, Era da Competência, enfim são várias linhas e formas que estudiosos e ´pitacosos´ (aqueles que dão ´pitacos´ ) nos apresentam.

Uma coisa é certa, estamos em uma era diferente, com toda a certeza. Alguns a chama também de Era da Conectividade, ou Era da Competência e, ainda iremos falar na Era da Sabedoria.

Convém resgatarmos um pouco isso e olharmos para o que a história também nos mostra. A primeira grande mudança que aconteceu deu-se com o descobrimento de que o homem era capaz de produzir o seu próprio alimento. Esse período foi conhecido como a Era Agrícola caracterizado pelo fato do ser humano abandonar suas características nômades e passar a sobreviver da sua própria produção.

O segundo momento caracterizou-se pela revolução industrial, não pelo fato de que as indústrias em si se desenvolveram nessa época, mas o porque elas cresceram e se desenvolveram. O grande ícone desse período com certeza foi o trem a vapor, ´a Maria Fumaça´,  pois foi através desse novo meio de transporte que as comunidades deram iniciam as suas produções excedentes e os seus primeiros passos ao que conhecemos hoje como globalização. Com certeza essa palavrinha tão explorada dos dias de hoje ´globalização´, nasce nesse período.

Depois disso passamos ao que muitos conhecem por a Era da Informação.  Para muitos a era da informação caracteriza-se pelo surgimento de computadores e novas tecnologias. Contudo, da mesma forma que na Era Industrial, o que transformou e possibilitou avanços significativos nessa era também foi um meio de transporte, só que desta vez, um meio de transporte virtual, que levava nossas informações e passava a conectar sonhos, anseios e projetos de pessoas distantes. Esse novo meio é a Internet e, ela com certeza é a responsável por toda a evolução que segue esse período, conhecido como o período em que aconteceu a maior mudança em termos de tempo, de possibilidade de acesso e de produção de novos dados, que até então se tinha registro.

A quarta era é conhecida por Era do Conhecimento e propunha um avanço a mais em relação a era anterior. Os autores que a apresentam e a defendem, como por exemplo Alvin Tofler, tem no viés dos seus estudos a necessidade das pessoas utilizarem-se dessa massa de informações de forma a produzir novos conhecimentos e não apenas acumular informações sem sentido. A própria era propõe uma socialização ainda maior do que se sabe, pois defende que a diferença está na capacidade que cada pessoa tem para usar as informações e gerenciar o seu conhecimento. Em função disso alguns também apresentam esse período como a Era da Gestão de Competências.

Na evolução natural a área de tecnologia caminha hoje para a exploração massiva de recursos que possibilitam a mobilidade ao ser humano, por isso para alguns vivemos a era da mobilidade, da conectividade...

Isso parece até ilário... saímos de uma situação na qual eramos nômades, ou seja, totalmente móveis, pois o que precisávamos, naquela época, como seres humanos,  estava conosco, para avançarmos e nos deparamos com um desejo inexplicáveis de vivermos e convivermos com a mobilidade, com o poder estar indo para qualquer lugar e ter o meu escritório virtual junto comigo mesmo que ele esteja nas nuvens, ou seja, para onde vou, tenho o que preciso.

Enfim definir e afirmar com certeza as eras e períodos  é algo que requer um pouco mais de estudo e de análise contextual, identificando para onde queremos focar a escrita ou os relatos apresentados. O meu objetivo  era refletirmos sobre isso e nos darmos conta de que vivemos realmente em ciclos, mesmo não percebendo isso, muitas vezes nos encontramos dentre de processos  que nos parecem ou muito fácil ou extramente enrolados.

Eu particularmente acredito que estamos caminhando para a Era da Sabedoria, onde as pessoas irão se utilizar de informações, conhecimentos e conexões, buscando resgatar valores e respeitar emoções para incentivar o desenvolvimento da sabedoria, aqui concebida como a capacidade das pessoas mobilizarem seu valores, atitudes e emoções a fim de transformarem o conhecimento em um bem maior para si e para a humanidade. E, essa capacidade, com certeza, serão as competências que vamos querer ver em nossos filhos, nossos colaboradores e, muito provavelmente em nós mesmos. O desafio é grande... mas, hoje como dizem: a dinâmica é outra, pois se antigamente você era ultrapassado por não acompanhar as mudanças, hoje você é jogado para fora da estrada.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Produção de Conhecimento

No dia 08 de junho tive a oportunidade de assistir a uma palestra que nos possibilitou refletir sobre Pesquisa e Conhecimento, mas de uma forma muito simples e prática. A fala do professor Jorge Luiz da Cunha (UFSM)  apresentou a necessidade de produzirmos conhecimento para que possamos nos humanizar. O que significa essa produção do conhecimento? Como isso nos humaniza? Como contribuímos para que as demais pessoas possam chegar nisso? 
Sempre fui de acreditar que as coisas acontecem no momento certo e que, precisamos não apenas estudar ou teorizar, mas também agir e praticar. Juntando essas duas ideias: a fala dele veio num momento especial onde estou estudando exatamente sobre conhecimento, humanização, competências, pessoas e práticas. Aliás, uma coisa não existe sem a outra, ou melhor não gera resultado sem a outra (teoria-prática estudo-ação).
A produção do conhecimento se estabelece a partir do momento que as pessoas são desafiadas a dar sentido para as informações e fazer com que isso lhe trague um novo significado. Penso, contudo que seja ainda mais importante a capacidade de mobilizar esse conhecimento e, a partir disso desencadear ações, projetos, enfim desenvolver competências com base em valores, emoções e atitudes que acreditamos fazer a diferença.
Hoje tivemos na SETREM, novamente uma maratona de mais de 9h de banca de avaliação dos projetos interdisciplinares do Curso Técnico em Informática.
É um trabalho cansativo e que precisa disposição dos professores para estar acompanhando os resultados de grupo a grupo e prestando as devidas orientações. Contudo, eu desconheço uma forma mais apropriada para trabalhar com os adolescentes o desenvolvimento de suas competências profissionais.
Considero uma benção ter a oportunidade de acompanhar as pessoas nessas fases de suas vidas. Por muitos momentos, me pego pensando o que faz com que esse processo funcione, pois os resultados, até o presente momento, mostram que existe um amadurecimento no perfil pessoal e profissional desses jovens e, que eles passam a querer mais para si e para os seus.
Imaginem um espaço de avaliação onde os próprios estudantes apontam a necessidade de mudarem suas atitudes, de adotarem posturas e práticas diferentes para obterem resultados melhores. Muitos deles, conseguem olhar para frente e definir onde querem chegar. Ai está a beleza de acompanhá-los nesse período, poder ajudá-los a transitar e ir para algo melhor, aprenderem principalmente a sonhar e a acreditar que podem ir além, que não nasceram para ficar na situação cultural em que estão, que existe algo a mais, e que podem mais, se assim o quiserem. 
Sabemos que os objetivos e as cobranças lançadas sobre esses adolescentes são grandes. No entanto, muitos deles nos provam que são capazes e que talvez a possibilidade que eles tenham de produzir conhecimento e mobilizar esse conhecimento, trazendo algo de prático seja o grande diferencial e o que eles necessitam para iniciar a sua estrada profissional. Aqui novamente entra o casamento da fala do professor Jorge, que sustentava a necessidade da pesquisa ser aplicada e gerar um diferencial na vida das pessoas. A produção do saber humaniza e eu acredito piamente que oportunizar aos jovens a possibilidade de produzir conhecimento, produzir saberes, é a melhor forma de contribuir para a sua humanização e, com certeza, não há nada de tecnicista nisso.
Muitos desses estudantesvem para um curso profissionalizante esperando realizar provas e avaliações tradicionais, pois é a forma de trabalho pedagógico que conhecem. No entanto, até onde isso os conduz: aos caminhos que são conhecidos e a possibilidade de boas notas mediante estudo e memorização. Não há nada de errado nisso e, em muitos processos de produção de conhecimento ainda vamos precisar disso, por muitoooo tempo. O que muda na educação é o momento e o que esses jovens querem. O momento é especial: a saída da adolescência para o tumultuado ingresso no mundo do trabalho. O momento é especial: o me afirmar e reafirmar como ser humano e como pessoa e, por isso a forma de trabalho em termos pedagógicos num processo de formação profissional é tão importante.
É necessário nos aproximarmos do mundo do trabalho, aproximarmos esses jovens desse mundo e, para isso é preciso simular o mundo do trabalho, cobrando objetivos, prazos, envolvimento, trabalho em equipe, integração, responsabilidade, conquista das vitórias e, após o atingimento dos objetivos definidos, a busca por novos objetivos.
As empresas também produzem conhecimento, hoje em muitos setores a produção de conhecimento e o desenvolvimento de competências técnicas e humanas são o diferencial e o que leva as empresas a despontarem na liderança de processos, produtos e serviços. As insttuições estão indo em busca de processos de liderança que possibilitem a seus colaboradores avançar, evoluir, crescer.
Os cursos técnicos precisam caminhar na mesma direção, precisam orientar seus estudantes, mostrar o caminho e os conduzir ao amadurecimento pessoal e profissional, ou seja, ajudá-los a dar mais um passo no seu processo de humanização.
O resultado dos projetos a cada final de semestre, me deixa feliz e orgulhosa e faz também com que eu me desacomode. Em cada um desses momentos aprendo coisas novas e penso, a partir disso, em novos desafios e novos processos de aprendizagem, para novamente ter a oportunidade de aprender com pessoas mais novas e que eu nem conhecia.
Esses são ciclos e, avaliando a necessidade de produzirmos conhecimentos e de desenvolvermos capacidade, penso ser a possibilidade mais plausível para que possamos nos manter ativos nesse mundo. Criamos isso em termos tecnológico, incentivando as pessoas a socializarem as suas produções. Agora precisamos ter a consciência que precisamos transformar isso em diferenciais competitivos, aproveitando o que foi criado primeiramente no mundo virtual e que podemos aproveitar nas nossas equipes de trabalhos e nos nossos processos de formação profissional e pedagógica, ou seja, precisamos dividir a responsabilidade de produção de conhecimento e de aperfeiçoamento e criar ciclos para que as pessoas se envolvam fisicamente com isso e tenham prazer em ensinar e compartilhar com os outros os seus conhecimentos, não apenas produzir, mas também socializar.
Diz-se que as pessoas aprendem com muito mais facilidade e eficácia no momento em que são desafiadas a ensinar as outras pessoas. Aqui penso que esteja o pulo do gato dos projetos, pois os estudantes são desafiados a aprender, produzir algo com o que aprenderam, usando valores para isso (desenvolvimento das competências) e, ao mesmo tempo ensinar e repassar isso a outras pessoas e aos próprios professores. Existem um pensamento muito importante que diz “As pessoas ajudam a construir o mundo que elas ajudaram a pensar” Dale Carnegie.
Isso com certeza é mais uma prova de que o resultado dos projetos e o que se faz dentro do Curso Técnico em Informática da SETREM possibilita o envolvimento e o engajamento dos estudantes. Estamos longe ainda dos resultados que se podem obter, pois por mais bonito e desafiador que essa proposta seja, os principais gestores desses processos, (professores e estudantes) também lutam contra a forma como foram acostumados a ver a produção do conhecimento, ou seja, a linearidade. As barreiras disso estão sendo aos poucos vencidas, precisamos nos dar conta disso, de que funciona e de que criando ciclos de aprendizagem contínuos todos se beneficiam, a produção de conhecimento aumenta e as pessoas se tornam capazes de colocar esses conhecimentos em prática. Sobra mais tempo para os orientadores (sejam professores, ou mesmo líderes e empresários, pois o processo pode funcionar assim nas empresas) buscarem o resgate dos valores e das emoções, incentivando e direcionando que as pessoas nesse momento de mobilização dos conhecimentos. Com certeza, isso gera diferencial e conduz as pessoas à sabedoria. Quantos chegam lá. Esse é o desafio?? Quem está preparado para ajudar as pessoas nisso?? Esse é um desafio maior ainda ...